O mito de Sísifo
Albert Camus ; tradução de Ari Roitman e Paulina Watch
Livro
Português
9788501111647
194 C211m
32. ed.
Rio de Janeiro (RJ) : Record, [2024].
160 p. ; 21 cm.
Autor vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1957.
Contém dados biográficos do autor.
Quando Camus publicou O mito de Sísifo, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o mundo parecia mesmo absurdo. A guerra, a ocupação da França, o triunfo aparente da violência e da injustiça, tudo se opunha de forma brutal e desmentida à ideia de universo racional. Os deuses que condenaram Sísifo a...
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Quando Camus publicou O mito de Sísifo, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o mundo parecia mesmo absurdo. A guerra, a ocupação da França, o triunfo aparente da violência e da injustiça, tudo se opunha de forma brutal e desmentida à ideia de universo racional. Os deuses que condenaram Sísifo a empurrar incessantemente uma pedra até o alto da montanha, de onde ela tornava a cair, caracterizaram um trabalho um trabalho inútil e sem esperança que poderia exprimir a situação contemporânea.
A primeira Guerra fizera em quatro anos cair de novo a pedra até embaixo, porém Sísifo retomou corajosamente a eterna tarefa. A segunda Guerra arruinou a esperança. O mito de Sísifo explica O Estrangeiro, o homem absurdo antes de se revoltar - que se tornou assassino por causa de uma praia, um árabe, o Sol mediterrâneo e o revólver que estava no bolso, conjunto de circunstancias que ele não procurou, nem quis.
O mito de Sísifo, se abre com a questão do suicídio como O Homem Revoltado - outro polo de pensamento de Camus - aborda a questão da assassínio. É um ensaio de grande densidade de linguagem que exerceu sobre uma geração inteira influência profunda.
Camus diz em O mito de Sísifo que "sempre houve homens para defender os direitos do irracional". A época atual vê renascer sistemas paradoxais que se empenham em fazer a razão tropeçar. O terrorismo individual sucede o terrorismo de Estado, e vice-versa.
O rompimento de Camus com o existencialismo deixou uma impressão digital nesta obra. Ele cita expressamente os filósofos existencialistas (Kierkegaard, Jaspers, Heidegger) para melhor refutá-los, mas se refere a Sartre apenas como um "autor dos nossos dias", ao comparar A Náusea ao absurdo. Era já a rivalidade onipresente entre esquerda e direita.
Sísifo é contrapartida de Prometeu, herói que desafiou os deuses. Para além do absurdo, a saga de Sísifo continuou: talvez fosse em sábio ou um tratante. Homero conta que ele acorrentou a Morte; Platão abriu processo contra ele. Já morto, retornou para punir a própria mulher, mas, tendo voltado, não quis mais saber do inferno. Derrotou o absurdo?
Camus deixa em aberto o dilema: "Ou não somos livres e o responsável pelo mal é Deus todo-poderoso, ou somos livres e responsáveis, mas Deus não é todo-poderoso?" - Léo Schlafman Ver menos
A primeira Guerra fizera em quatro anos cair de novo a pedra até embaixo, porém Sísifo retomou corajosamente a eterna tarefa. A segunda Guerra arruinou a esperança. O mito de Sísifo explica O Estrangeiro, o homem absurdo antes de se revoltar - que se tornou assassino por causa de uma praia, um árabe, o Sol mediterrâneo e o revólver que estava no bolso, conjunto de circunstancias que ele não procurou, nem quis.
O mito de Sísifo, se abre com a questão do suicídio como O Homem Revoltado - outro polo de pensamento de Camus - aborda a questão da assassínio. É um ensaio de grande densidade de linguagem que exerceu sobre uma geração inteira influência profunda.
Camus diz em O mito de Sísifo que "sempre houve homens para defender os direitos do irracional". A época atual vê renascer sistemas paradoxais que se empenham em fazer a razão tropeçar. O terrorismo individual sucede o terrorismo de Estado, e vice-versa.
O rompimento de Camus com o existencialismo deixou uma impressão digital nesta obra. Ele cita expressamente os filósofos existencialistas (Kierkegaard, Jaspers, Heidegger) para melhor refutá-los, mas se refere a Sartre apenas como um "autor dos nossos dias", ao comparar A Náusea ao absurdo. Era já a rivalidade onipresente entre esquerda e direita.
Sísifo é contrapartida de Prometeu, herói que desafiou os deuses. Para além do absurdo, a saga de Sísifo continuou: talvez fosse em sábio ou um tratante. Homero conta que ele acorrentou a Morte; Platão abriu processo contra ele. Já morto, retornou para punir a própria mulher, mas, tendo voltado, não quis mais saber do inferno. Derrotou o absurdo?
Camus deixa em aberto o dilema: "Ou não somos livres e o responsável pelo mal é Deus todo-poderoso, ou somos livres e responsáveis, mas Deus não é todo-poderoso?" - Léo Schlafman Ver menos
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Albert Camus ; tradução de Ari Roitman e Paulina Watch
O mito de Sísifo
Albert Camus ; tradução de Ari Roitman e Paulina Watch
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